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Entrevista com uma das primeiras associadas

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A gaúcha Maria da Graça Wagner Paim, moradora de São Francisco de Paula – RS, é uma das 65 pessoas que se associaram à TAG em seu primeiro mês, em agosto de 2014. Naquela época, ela morava em Porto Alegre e recebia suas caixinhas em casa pelas mãos de um dos três fundadores. Para celebrar quatro anos do clube, convidamos a Maria da Graça para contar um pouco sobre suas experiências literárias em uma entrevista gentilmente concedida por ela. Confira!

A TAG começou com 65 associados e hoje envia seus kits para mais de 25 mil leitores. Como você se sente sabendo que foi uma das primeiras pessoas a apostarem em uma ideia que, na época, parecia tão improvável? E qual sua opinião sobre as transformações pelas quais a TAG passou durante esses 4 anos?

Na verdade, para mim, a TAG nunca foi uma ideia improvável. Sempre acreditei na ideia e incentivei as pessoas ao meu redor a apostarem também. Talvez essa confiança deva-se ao fato de que, há muitos anos atrás, fui membro do Clube do Livro, a quem eu devo os meus tempos de leitora mais assídua. Embora a proposta do Clube fosse diferente da TAG (escolhíamos os livros que gostaríamos de adquirir), a essência era a mesma: receber um novo livro em casa, mensalmente, o que me “obrigava” a terminar aquela leitura antes que o mês terminasse, pois um outro a ser lido chegaria em breve. Acredito que desde que o Clube deixou de existir, ficou um vazio que veio a ser preenchido de um modo ainda mais especial pela TAG que, ao mesmo tempo que me proporciona o conforto de receber um livro em casa, também me retira da zona de conforto, ao me apresentar autores e leituras que eu jamais teria arriscado a me aventurar. Por tudo isso, me sinto feliz e orgulhosa de saber que a minha aposta deu certo, muito certo!

Das transformações que a TAG passou nesses quatro anos, a que mais chama a atenção certamente diz respeito ao formato das edições, que agora são exclusivas para os associados. As edições são uma obra de arte à parte, feitas com todo o cuidado e qualidade ímpar, item de colecionador mesmo! Se antes eu já tinha orgulho da minha pequena biblioteca particular, agora eu quero ter prateleiras na sala para exibir os livros da TAG, de tão lindos e exclusivos.

Tudo na TAG é pensado para oferecer aos associados uma experiência literária rica, diferente da que estamos acostumados. De todas as caixinhas que a TAG enviou nesses 4 anos, qual foi a sua preferida?

Essa é uma pergunta muito difícil de responder, porque tenho muito carinho por cada caixinha que recebi. São todas incríveis, todas me surpreenderam e encantaram de um modo diferente. Vou citar, então, a que me veio primeiro à mente: a caixa de outubro de 2015, que nos presenteou com uma linda edição dos “Contos de imaginação e mistério” de Edgar Allan Poe. Sempre fui fã do gênero suspense, terror e mistério, mas nunca tinha me arriscado a ler qualquer coisa do famoso autor, talvez por pensar que não era uma leitura muito “acessível” ou por simplesmente não saber por onde começar. Eis que surge a caixinha com essa edição convidativa, grande, gostosa de manusear, repleta de ilustrações fantásticas. E a revista contando a história trágica e incrível do Poe, trazendo o poema mais famoso dele traduzido (nunca tinha tido a oportunidade de ler, apesar de conhecê-lo), e as curiosas referências ao autor na cultura contemporânea! Imperdível, fiquei ainda mais fascinada por essa experiência.

Além dessa, cito outras que também me encantaram: a caixinha com o livro “As alegrias da maternidade”, leitura incrível e indicada pela maravilhosa Chimamanda Adichie, também responsável pelo mimo do mês, o conto “No seu pescoço”. Duas escritoras nigerianas que são gigantes e que, talvez, sem a TAG, eu não teria tido a chance de conhecer e ler; a caixa com  “O alforje”, que veio acompanhado de uma essência que deveria ser aberta ao chegar a uma determinada página da leitura (uma verdadeira experiência literária, para todos os sentidos); e, por fim, a caixa com a “A câmara sangrenta”, numa lindíssima edição, que além do mimo, trouxe dentro dela outro belo e sensível presente: um pôster com os personagens dos contos infantis pela perspectiva da autora.

Almejamos que os associados sintam que participar da TAG é uma experiência que vai além de apenas ler o livro: a espera da caixinha, a surpresa ao descobrir o livro, ler ao mesmo tempo que milhares de associados espalhados pelo Brasil. Qual parte da experiência você mais valoriza?

A parte mais valiosa da experiência de fazer parte da TAG é, sem dúvida, a surpresa. Acho genial a ideia de aceitar ler algo que, se dependesse de você, não leria, seja por desconhecimento (da existência de determinado livro), seja pelos hábitos literários e pela comodidade que nos prendem a determinados gêneros e autores já consagrados. Acho que a tendência de todos nós é buscar o familiar, o seguro, algo que sentimos que nos trará o retorno esperado, especialmente em tempos de crise financeira, em que os recursos são escassos. Contudo, apostar no diferente e arriscar adquirir algo incerto, no escuro, está sendo revolucionário para mim, pois tenho me aventurado por diversos países, línguas, culturas e gêneros literários distintos sem precisar sair de casa, e fazendo uma das coisas que mais amo: ler. Todos os meses algo novo e surpreendente.

Em nosso aplicativo, associados postam, frequentemente, relatos de como seus hábitos de leitura mudaram depois de ingressarem no clube. Você sentiu de que, alguma maneira, participar da TAG mudou sua relação com os livros?

Sim, em dois sentidos: a “obrigatoriedade” que me impus de ler com mais frequência, já que tenho a certeza que todo mês um livro novo chegará na minha casa (e não quero simplesmente acumulá-los), e a diversidade decorrente dessa experiência, que ampliou meus horizontes literários. De fato, a TAG que me trouxe “experiências literárias”, me apresentando um mundo inteiro de autores que muitas vezes nem chegam às livrarias mais próximas e que, mesmo se eu tivesse a oportunidade de encontrar, talvez não me arriscaria a comprar. Aprendi, na verdade, a não julgar o livro pela capa (apesar das capas serem maravilhosas): por trás de um nome desconhecido ou de um nome famoso e pomposo e além dos limites do Brasil ou da Europa/EUA, existem grandes histórias, contadas por escritores tão imensos quanto.

Você deseja passar algum recado ou contar alguma história relacionada à sua experiência aqui na TAG para as dezenas de milhares de pessoas que estão lendo esta revista?

Gostaria de recomendar para todos aqueles amantes dos livros, que tenham condições de investir em algo assim, que se arrisquem e apostem nessa ideia, que é transformadora. No total, faz quatro anos que faço parte do clube, contudo, houve um breve período em que precisei me desassociar por dificuldades financeiras (tempos de salários parcelados pelo Governo). Foram dois ou três meses de muito pesar e, no final, de muito arrependimento, o qual me fez voltar assim que as coisas se ajeitaram, imediata e espontaneamente. Hoje, minhas duas filhas também fazem parte do clube: a mais velha pela Curadoria e a mais nova pelos inéditos, presente que dei a ela. Posso dizer, com toda certeza, que foi uma das melhores coisas que fiz por mim nos últimos tempos. Vale a pena, todo mês é uma felicidade e uma delícia abrir aquela caixinha e descobrir um novo mundo lá dentro.

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