Em outubro, os associados da TAG Inéditos receberam, pela primeira vez, um best-seller alemão: O dia em que selma sonhou com um ocapi, de Mariana Leky, foi o best-seller escolhido para os kits.
Mariana Leky é uma sensação da literatura alemã. Seu talento e a originalidade da obra do mês lhe renderam o triplo reconhecimento dos livreiros da Alemanha em 2017: ela recebeu o Prêmio dos Livreiros Independentes, o de Melhor Romance e o de Melhor Autora do Ano. Sua popularidade também é imensa – Mariana permaneceu na lista de mais vendidos do jornal Der Spiegel por quase dois anos ininterruptos. Ela nasceu na cidade de Colônia, em 1973, mas hoje mora em Berlim. Formou-se em Jornalismo e, como Luise, uma das protagonistas do livro, já trabalhou em livrarias.
Em entrevista exclusiva, a autora respondeu a perguntas sobre realismo mágico, sobre os personagens de O dia em que Selma sonhou com um ocapi e sobre a escolha do peculiar animal que dá título ao livro.
Entrevista: Fernanda Grabauska
Tradução: Tássia Kastner
TAG – Fiquei muito curiosa sobre como surgiu a ideia de Selma prever mortes ao sonhar com um ocapi. E o que fez você escolher um ocapi, entre todos os animais?
Mariana Leky – Eu estava procurando por circunstâncias nas quais todos os personagens do livro acreditassem que o seu dia final havia chegado. Por isso recorri ao Sonho de Selma, porque ele é tão ameaçador quanto inespecífico. Como eu cheguei a isso, não sei mais: a ideia simplesmente estava lá. Eu escolhi o ocapi por vários motivos: eu já admirava o animal (que tem as listras da zebra, mas é da família das girafas) quando era criança e apenas esperava por uma ocasião, um livro no qual tivesse oportunidade de usá-lo. Como personagem principal, ele se adequou como um sonho, porque ele mesmo parece um sonho, irreal. Mas sobretudo, o romance trata de muitas coisas que, no primeiro olhar, não parecem fazer sentido, mas, no segundo, sim – e o ocapi funciona como um emblema, pois parece não ser um animal apenas, mas um animal feito de todos os tipos de animais.
A ficção best-seller frequentemente envolve muito sangue e muitas mortes. Não é o caso do seu livro, no entanto: ele tem a morte como elemento central, mas o enredo se desenvolve para muito além dela. Você pode nos falar um pouco sobre isso?
Mariana Leky – Decidi escrever um livro sobre o amor e a morte, no qual a morte seria narrada como um elemento central da vida, como algo que sempre caminha a seu lado.
Você criou um mundo fascinante em Westerwald, com uma miríade de personagens apaixonantes. Você saberia dizer qual é o seu favorito?
Mariana Leky – Isso é difícil de dizer mesmo depois de refletir muito. Nós passamos tanto tempo juntos, que os personagens ainda estão muito próximos de mim. Talvez o oculista? Me diverti também com a evolução da triste Marlies, que reclama o tempo todo.
“Decidi escrever um livro sobre o amor e a morte, no qual a morte seria narrada como um elemento central da vida”
Você criou um universo que se relaciona muito com o realismo mágico. Você aceita esse rótulo? Quais são seus livros favoritos do realismo mágico?
Mariana Leky – Gosto muito do realismo mágico como leitora e como escritora. Fiquei especialmente impressionada com Tudo se Ilumina, de Jonathan Safran Foer, e O amor nos tempos do Cólera, de [Gabriel García] Márquez.
Por último: seu livro está sendo enviado como uma surpresa para mais de 20 mil leitores por todo o Brasil. Você poderia mandar-lhes uma mensagem?
Mariana Leky – Divirtam-se com a viagem à Westerwald!
Bem assim!!! Amei o livro!!!
Simplesmente adorei esse livro. Mesmo tendo a morte como centro da história ela consegue passar isso com leveza. Histórias com realismo mágico são minhas favoritas!
Parece que a autora foi bastante contida nas respostas, mas gostei muito de ler esta entrevista. O livro de outubro é ótimo!!! Parabéns pela escolha.
O livro é ótimo! Interessante a história e o estilo incomum da narrativa. Uma aparente simplicidade revela muitos mundos e possibilidades. Recomendo.
O livro foi me conquistando página a página
Leitura leve levando a reflexões profundas
Muito bom!
Estou lendo e amando! Leve, envolvente, divertido!