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Curiosidades literárias

Você conhece os 3 japoneses vencedores do Nobel de Literatura?

Oe, Ishiguro e Kawabata Oe, Ishiguro e Kawabata Share this post

De 1901, primeiro ano no qual o Nobel de Literatura foi concedido, até 2017, 114 escritores foram laureados com o prêmio. Destes, três nasceram no Japão. São eles:

Yasunari Kawabata (1899 – 1972)

O primeiro escritor japonês a receber o Nobel de Literatura, em 1968, ficou indignado pelo fato de o prêmio ter preterido Yukio Mishima a ele. Tal atitude, claro, revela mais do caráter gentil e delicado do escritor do que sua qualidade literária. Kawabata trazia em seus livros doses de prosa e poesia, com muita sensibilidade. Buscando um afastamento de cenários complexos, estruturas e técnicas por ele considerados desnecessários, trabalhou temas de beleza poética, desejos proibidos e impossíveis, além de frequentemente transmitir uma tristeza melancólica – o escritor teve uma juventude trágica na qual perdeu, ao longo dos anos, muitos de seus entes queridos. Autor de obras como A casa das belas adormecidas (1961), Kyoto (1962), O país das neves (1937), O som da montanha (1954) e Mil tsurus (1952), Kawabata tem entre seus admiradores mais famosos o colombiano Gabriel García Márquez.

Kenzaburo Oe (1935 – )

Kenzaburo Oe recebeu o Prêmio Nobel de Literatura por sua obra “que com força poética cria um mundo imaginado, onde a vida e o mito se condensam para formar o desenho desconcertante das dificuldades do homem de hoje”. Sua obra inclui contos, escritos políticos e um célebre ensaio sobre Hiroshima. Foi um dos primeiros escritores a receber o prêmio Tanizaki (1967) e, em 1994, o prêmio máximo da literatura mundial. Em 1964, Oe recebeu a notícia de que seu primeiro filho nascera com uma anomalia cerebral. O drama familiar do escritor é o mesmo vivido pelo professor Bird, protagonista de sua obra mais aclamada, Uma questão pessoal (1964). Outras obras publicadas no Brasil são Jovens de um novo tempo, despertai! (2011) e 14 contos de Kenzaburo Oe (2011).

Kazuo Ishiguro (1954 -)

O premiado com o Nobel de Literatura em 2017 foi Kazuo Ishiguro “que, em romances de grande força emocional, revelou o abismo sob nossa sensação ilusória de conexão com o mundo”. O escritor nasceu na cidade de Nagasaki, no Japão. Aos 5 anos de idade, porém, se mudou com a família para a Inglaterra, razão pela qual cresceu sob a influência das duas culturas. Ishiguro voltaria para a sua terra natal quase 30 anos mais tarde. O Japão pós-Guerra foi tema dos livros A Pale View of Hills (1982) e Um artista do mundo flutuante (1986), seus dois primeiros romances publicados. No Brasil, foram lançadas, ainda, as obras Os vestígios do dia (1989), Quando éramos órfãos (2000), Não me abandone jamais (2005), Noturnos (2009), O gigante enterrado (2015) e Minha noite no século vinte (2017). Após receber o Man Booker Prize, em 1989, por Os vestígios do dia, Kazuo Ishiguro tornou-se um best-seller mundial.

Você já leu a obra de algum dos três escritores? Junho é o mês da literatura japonesa na TAG Curadoria.

Saiba mais sobre o próximo livro surpresa do clube, indicado por Eliane Brum.

5/5 - (1 avaliações)

5 comments

  • Acabei de ler “Mil Tsurus”, de Yasunari Kawabata e vou começar “Quando Éramos Órfãos”, de Kazuo Ishiguro.
    Meu preferido é, disparado, Haruki Murakami, de quem já li “O incolor Tsukuro Tazaki e seus anos de peregrinação”, “Norwegian Wood”, “Caçando carneiros” e “Dance Dance Dance”. Está na pilha/lista “Kafka à beira-mar”.
    Estou lendo diversos autores japoneses, preparando minha ida ao Japão, no ano que vem.

  • Adoro Kazuo Ishiguro! Li dele: Os vestígios do dia, Quando éramos órfãos, Não me abandone jamais, Noturnos e O gigante enterrado (foi o que mais gostei)

  • Não li nenhum desses livros, mas assisti o filme de Vestígios do dia e amei, só não sei se foi baseado no livro dele!

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