Os livros para mulheres são grandes instrumentos de manifestação e empoderamento feminino, mas também são histórias de conhecimento valiosas para todos que gostam de uma boa leitura. Eles trazem histórias de independência, emancipação do gênero e lutas enfrentadas ao longo de todos os anos pelas mulheres, com uma profundidade e clareza que dificilmente os escritores masculinos conseguem abordar.
A partir de palavras organizadas em simples folhas de papel, donas de casa, estudantes, esposas, socialites e trabalhadoras de todos os setores podem se identificarcom as dores e dilemas dos personagens, apesar de viverem realidades tão distintas.
Se você quer se aprofundar ainda mais no tema ou quer presentear uma mulher especial na sua vida com leituras instigantes, confira a lista que a TAG livros preparou!
1. O conto da Aia – Margaret Atwood
O livro que deu origem a série homônima de grande sucesso mundial, “O conto da aia”, é um romance distópico de Margaret Atwood. A escritora traz um forte debate e reflexão sobre os direitos civis, a liberdade e o poder do passado, presente e futuro.
A história retrata a república Gilead, que tem um regime totalmente opressivo. Os cidadãos não têm direito a defesa e qualquer ação relacionada com a liberdade é considerada um crime mortal. Dentro deste cenário, as mulheres são as vítimas preferenciais, elas são divididas em categorias com funções específicas decididas pelo Estado.
A história se passa em um futuro próximo e gira em torno da personagem principal Offred. Ela tem 33 anos e vivia nos Estados Unidos, antes dele se transformar em Gilead. Era casada e tinha uma filha, mas agora pertence à categoria de aia, que serve exclusivamente para procriar.
Ao longo das 368 páginas do livro, o leitor se envolve com as dificuldades de Offred em ser escravizada por casais estéreos e a sua busca incessante por sua filha. Apesar de tudo, a vida de uma aia é ainda a melhor opção frente às mulheres inférteis, viúvas, feministas, homossexuais e aquelas forçadas a trabalhos exaustivos e impróprios.
2. Eu sou Malala – Christina Lamb e Malala Yousafzai
A autobiografia de Malala Yousafzai mostra uma história de superação e luta por direitos à educação feminina. O livro conta a infância da garota no Paquistão em uma sociedade que valoriza filhos homens. Malala não aceitava sua realidade e foi atrás de seus direitos, ela quase pagou o preço pela própria vida ao sobreviver a um ataque com três tiros na cabeça quando voltava da escola.
Dentre os livros de mulheres fortes, “Eu sou Malala” se destaca pela força, coragem e inquietude de uma jovem que luta pelo que quer e inspira mulheres a correrem atrás de seus direitos, independente da crença e cultura de seu país.
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3. A guerra não tem rosto de mulher – Svetlana Alexijevich
Em “A guerra não tem rosto de mulher” a escritora bielorrussa, Svetlana Alexijevich, exalta a grande importância das mulheres em conflitos. As histórias de guerras, muitas vezes contadas por generais, soldados do ponto de vista masculino, ganham uma nova abordagem e visa corrigir essa injustiça.
O livro conta com depoimentos de soldadas soviéticas que ficaram na retaguarda ou lutaram na linha de frente defendendo seu país no Exército Vermelho durante a Segunda Guerra Mundial. São memórias fortes que retratam o frio, angustias, medo da morte e violência sexual.
4. Anne de Green Gables – L. M. Montgomery
Que tal um livro com protagonista feminina forte? Em Anne de Green Gables, uma menina órfã foi adotada por engano e é levada para uma fazenda. O casal de irmãos idosos responsáveis pela adoção procuravam um menino para ajudar na rotina de trabalho. A menina tenta então conquistar o coração dos novos pais para não voltar ao orfanato.
Além de buscar a aceitação na nova casa, Anne luta com o preconceito de ser mulher, pobre, adotada, por ter os cabelos ruivos. Apesar da pouca idade, a menina supera todas as barreiras, conquista amigos e ajuda outras pessoas em suas dificuldades. A história do livro é contada na série, produzida pela Netflix, com o nome ” Anne with E”.
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5. Mulheres que correm com os lobos – Clarissa Pinkola Estés
Para se ter ideia da valiosidade da escrita de Clarissa Estés, ele ficou na lista dos livros feministas mais vendidos do “The New York Times” logo após sua publicação, em 1992, e em 2000 voltou ao topo do mercado. A obra tem o objetivo de desmistificar mitos e contos de fada e mostra como eles influenciaram na domesticação das mulheres ao longo dos tempos.
Mais do que uma reflexão, Clarissa tenta destacar que toda mulher tem uma loba dentro de si e que com sua energia vital elas podem correr atrás do que realmente importa para elas, sem viver artificialmente para agradar os outros.
6. Sejamos todos feministas – Chimamanda Ngozi Adichie
“Sejamos todos feministas” é uma transcrição do discurso da escritora nigeriana sobre a importância do movimento feminista na sociedade mundial. Ela destaca que o conceito de igualdade e felicidade de homens e mulheres deve ser ensinado desde cedo, no processo de criação dos filhos.
Em uma leitura rápida, com apenas 64 páginas, fica evidente o quanto ainda falta para a sociedade alcançar uma melhor igualdade de gênero.
7. Mulheres, Raça e Classe – Angela Davis
O livro, organizado em ordem cronológica, começa retratando o período da escravidão e como a mulher negra foi desumanizada desde então. A escritora estadunidense e também filósofa Angela Davis é um dos principais nomes do movimento feminista e promove durante toda sua escrita reflexões sobre a opressão de gênero, raça e classe.
Ela relaciona a influência dos fatos históricos na forma como a sociedade foi se estruturando e exalta que um novo modelo e qualquer novo projeto deve considerar toda a questão racial.
8. Quem tem medo do feminismo negro? – Djamila Ribeiro
Dentre os livros de empoderamento feminino, destacamos mais um que relaciona as intersecções entre raça, gênero e classe. Djamila Ribeiro é uma autora brasileira conhecida pelos seus debates sobre feminismo e racismo e reúne em “Quem tem medo do feminismo negro” obra alguns artigos publicados no blog da revista Carta Capital, entre 2014 e 2017.
Dentre os temas abordados estão a realidade da mulher negra no Brasil como seu cotidiano, a intolerância às religiões de matriz africana e ataques a celebridades negras.
Hoje listamos alguns livros que toda mulher deveria ler para reforçar seu feminismo e ser protagonista da sua história. São histórias de superação, lutas que empoderam outras mulheres e a incentivam a buscar seus direitos.
Confira 6 dicas para ler mais e continue acompanhando o blog da TAG livros para mais indicações de livros e curiosidades literárias!