Três mulheres, de Lisa Taddeo
A origem dos outros: Seis ensaios sobre racismo e literatura, de Toni Morrison
Baseado nos discursos que Toni Morrison proferiu na universidade de Harvard, A origem dos outros é uma busca de respostas para questões históricas, políticas e literárias sobre o racismo e a radicalização da identidade. Se o racismo é aprendido com exemplos cotidianos, a literatura mostra-se uma arma fundamental para combater o problema. Pensando nisso, a autora analisa autores desde Harriet Beecher Stowe até Ernest Hemingway e William Faulkner para entender melhor o papel da narrativa no estabelecimento dos padrões de pensamento racial. A origem dos outros é um livro de atualidade extraordinária, no qual os temas que estamos acostumados a ver banalizados e desencorajados no debate público são abordados pela escritora americana com extrema elegância.
Conversas entre amigos, de Sally Rooney
Frances, uma estudante de vinte e um anos que vive em Dublin, é escritora e apresenta em público suas peças de poesia com Bobbi, sua ex-namorada e melhor amiga. Ela é tímida, austera e distante; Bobbi é mais comunicativa e de fácil trato. Quando Melissa, uma notável fotógrafa e ensaísta, se aproxima de ambas para oferecer um perfil em uma renomada revista, elas aceitam com entusiasmo. Enquanto o encanto de Bobbi por Melissa aumenta, Frances se aproxima pouco a pouco de Nick, o marido-ator não muito bem-sucedido, e a relação de poder que se estabelece entre os quatro se torna cada vez mais complexa. Escrito com precisão e inteligência, Conversas entre amigos é um relato impressionante das paixões e perigos da juventude. Neste romance de estreia, Sally Rooney consegue conciliar vulnerabilidade e força em um mundo que não tem nada de trivial.
Para toda a eternidade, de Caitlin Doughty
Para toda a eternidade é o fruto de uma jornada global para conhecer o mundo de mãos dadas com a morte. Através das palavras poderosas de Caitlin Doughty e das ilustrações deslumbrantes do artista Landis Blair, vemos como outras culturas lidam com o fim da vida enquanto entendemos a nossa relação com o assunto. Na Indonésia, Caitlin observa enquanto um homem limpa e veste o corpo mumificado de seu avô, que mora na casa da família há dois anos. Em La Paz, ela conhece as ñatitas bolivianas (crânios humanos que fazem a ponte entre os mundos dos vivos e dos mortos). E em Tóquio, ela se depara com a cerimônia do kotsuage, na qual parentes utilizam palitinhos para coletar os ossos de seus entes queridos das cinzas da cremação. Acima de tudo, Para toda a eternidade é uma lição de empatia, acolhimento e solidariedade. Uma volta ao mundo de uma perspectiva inusitada — mas enriquecedora na mesma medida. Temos muito a aprender com a morte. Acredite: depois de ler Para toda a eternidade, você vai pensar bastante em como quer partir desta para a melhor.
O perigo de uma história única, de Chimamanda Ngozi Adichie
O que sabemos sobre outras pessoas? Como criamos a imagem que temos de cada povo? Nosso conhecimento é construído pelas histórias que escutamos, e quanto maior for o número de narrativas diversas, mais completa será nossa compreensão sobre determinado assunto. É propondo essa ideia, de diversificarmos as fontes do conhecimento e sermos cautelosos ao ouvir somente uma versão da história, que Chimamanda Ngozi Adichie constrói a palestra que foi adaptada para livro. O perigo de uma história única é uma versão da primeira fala feita por Chimamanda no programa TED Talk, em 2009. Dez anos depois, o vídeo é um dos mais acessados da plataforma, com cerca de 18 milhões de visualizações. Responsável por encantar o mundo com suas narrativas ficcionais, Chimamanda também se mostra uma excelente pensadora do mundo contemporâneo, construindo pontes para um entendimento mais profundo entre culturas.
O apanhador no campo de centeio, de J. D. Salinger
É Natal, e Holden Caulfield conseguiu ser expulso de mais uma escola. Com uns trocados e seu indefectível boné vermelho de caçador, o jovem traça um plano incerto: vagar três dias por Nova York, adiando a volta à casa dos pais. Seus dias e noites serão marcados por encontros confusos, e ocasionalmente comoventes, brigas e dúvidas que irão consumi-lo. Acima de tudo, paira a inimitável voz de Holden, o adolescente raivoso e idealista que quer desbancar o mundo dos “fajutos”, num turbilhão de ressentimento, humor, frases lapidares, insegurança, bravatas e rebelião juvenil.