O livro “O bom filho” de You-jeong Jeong é uma obra coreana que prende o leitor do começo ao fim. Repleto de reflexões e momentos impactantes, o romance é narrado em primeira pessoa e abusa do recurso de flashbacks.

Nele acompanhamos a angústia do personagem principal ao tentar entender como sua mãe foi assassinada durante a madrugada. O ponto-chave é que não se lembra de nada que aconteceu durante esse período e retoma a memória aos poucos, junto dos leitores.

Já leu ou quer conhecer a obra? Continue no post que te mostraremos o ótimo enredo, composto por questões importantes — principalmente para quem quer entender melhor a Coreia. Boa leitura!

Enredo de O bom filho

O romance começa instigando a curiosidade dos leitores. O que você faria se acordasse coberto de sangue sem ter nenhuma memória de como aquilo aconteceu? É o que Yu-jin, personagem principal, tem que enfrentar.

No entanto, por ser epiléptico, ele acredita que, provavelmente, deve ter sido uma crise convulsiva. Quanto ele vai em busca da sua mãe para tentar entender o que ocorreu, a encontra morta com o pescoço cortado — essa informação não é um spoiler, é a base de toda a narrativa!

Para você: Conheça 5 livros sobre sequestro.

Com medo de ser incriminado, Yu-jin resolve limpar o sangue e esconder o corpo da sua progenitora. Depois, passa a fazer uma busca por pistas que possam fazê-lo lembrar da noite passada. É nessa hora que ele encontra o diário da mãe e, a partir desse ponto, ela se torna um personagem importante para a obra.

O recurso dos flashbacks é muito importante na narrativa, porque o leitor não volta só na madrugada anterior, quando o crime aconteceu, mas também para a infância de Yu-jin. Com uma escrita envolvente, You-jeong Jeong mostra aos leitores a mente de Yu-jin de forma inteligente e detalhista. É mostrada a infância do personagem e como o diagnóstico de epilepsia destruiu seu sonho de nadar.

Além disso, todo o cenário de tragédias é apresentado por meio do diário da mãe — inclusive as que o personagem principal tinha esquecido. Com isso, elas são relembradas e partes mais obscuras da família voltam para a superfície. Os leitores acompanham as descobertas e, em muitos momentos, ficam confusos sobre para quem torcer.

Confira também a resenha feita pela Duda Menezes — ATENÇÃO: contém spoilers!

Personagens da obra

O romance inteiro é composto por três personagens: Yu-jin, sua mãe, tia e irmão adotivo, Hae-jin. Por ser uma narrativa em primeira pessoa, o leitor só conhece essas figuras por meio do ponto de vista do principal.

Aos poucos eles vão sendo introduzidos na obra, seja pelas memórias da mãe ou pelo contato com Yu-jin. Conheça cada um deles com mais detalhes.

Yu-jin Kim

Yu-Jin é um jovem coreano de 25 anos. Ele mora com sua mãe e o irmão adotivo Hae-Jin. O leitor tem uma visão muito profunda desse personagem, já que a autora consegue mostrar todos os pensamentos, conflitos internos e atos insanos que ele cria durante a narrativa.

Ele é apresentado como um jovem nadador que possui um futuro brilhante. No entanto, após ser diagnosticado com epilepsia, vê sua carreira interrompida e o sonho acaba se tornando pesadelo. Yu-Jin não é um narrador muito confiável e, muitas vezes, coloca o leitor em dúvida sobre sua sanidade.

E por falar nisso, aproveite sua leitura para conferir também nossa lista de 6 personagens da literatura com transtornos mentais e veja a importância desse tema e sua discussão.

Ji-Won Kim

O autor conhece a mãe de Yu-Jin, Ji-Won Kim, por meio do diário dela. A personagem é morta logo no início do romance e, por isso, não é possível vê-la em contato direto com o filho — a não ser nos flashbacks. No entanto, apesar disso, é possível entender todas as nuances da Ji-Won por conta das palavras que ela escreve e são encontradas por Yu-Jin.

Hye-Won Kim

A tia Hye-Won Kim é outro personagem relevante para a narrativa. Ela é descrita como uma psicóloga intrometida e controladora. Ela tem como premissa, a base da educação tiger, ou seja, é um perfil bastante autoritário e tirano.

Hae-jin Kim

Filho preferido de Ji-Won e irmão adotivo de Yu-jin, Hae-jin é um personagem bastante importante para a história. Ele traz reflexões acerca do sistema de adoção da Coreia do Sul e agrega ainda mais dramaticidade para a narrativa.

Conheça a autora You-jeong Jeong

Uma das maiores autoras da atualidade, You-jeong Jeong foi chamada pela Cosmopolitan como “a resposta coreana a Stephen King”. A romancista nasceu em 1966, na Coreia do Sul, e já publicou, ao todo, quatro narrativas do gênero thriller. Considerada uma das melhores literatas do país, ganhou o mundo com sua escrita potente e psicológica.

Sua obra O bom filho foi publicada na Tag pela Tag Inéditos e o enredo conquistou diversos leitores. A propósito, aproveitando que mencionamos Stephen King, aproveite sua leitura para conferir também nosso conteúdo sobre os 10 melhores livros de Stephen King segundo seus fãs.

Nossa opinião sobre a obra

O bom filho é um livro bem construído e tem como foco tamborilar pelo comportamento psicológico da conduta humana. You-jeong Jeong introduz os acontecimentos de formas sutis e bem planejadas. Com isso, a curiosidade do leitor é aguçada e ele fica preso na história.

Os plot twists são inseridos estrategicamente, brandos, mas muito impactantes. É uma fórmula que funciona nos trilhers: narrador não confiável, traumas de infância e reviravoltas psíquicas.

Recomendamos o livro para pessoas que gostam de suspense e de assuntos acerca da psicopatia. É uma ótima opção para conhecer autores e obras de países com culturas completamente diferentes e sair do nicho norte-americano.

Aproveitando sua leitura, confira também o post com 4 obras da literatura coreana e conheça títulos do país asiático!