Consagrado como uma das grandes vozes da literatura brasileira contemporânea, Jeferson Tenório, carioca radicado em Porto Alegre, fez sua graduação e mestrado na UFRGS – com uma dissertação sobre o moçambicano Mia Couto – e, atualmente, é doutorando em Teoria Literária pela PUCRS. Seu primeiro romance, O beijo na parede, foi lançado em 2003 e lhe garantiu o prêmio de Livro do Ano pela Associação Gaúcha dos Escritores. A obra traz uma narrativa intensa que faz o leitor percorrer diferentes cenários das carências material e afetiva que marcam o cotidiano daqueles que residem na metrópole contemporânea.
Já seu segundo romance, Estela sem Deus, foi lançado em 2018 e fala do amadurecimento precoce de crianças e jovens negros marcados pelo racismo e pela desigualdade econômica e social. Porém, foi em 2020 que Tenório publicou o seu terceiro romance, O avesso da pele, obra aclamada pela crítica como um dos grandes lançamentos do ano. Influenciado pela literatura contemporânea lusófona africana, a obra nos apresenta a representação paterna vinda dos autores de países como Moçambique e Angola, fugindo do estereótipo opressor presente em narrativas ocidentais. Além de obras excepcionais e uma história repleta de conquistas, e superações, o romancista também conquistou o marco de primeiro patrono negro da Feira do Livro de Porto Alegre, um dos maiores eventos culturais do Sul do Brasil.
“Meus livros são sobre as relações humanas em primeiro lugar, as questões raciais aparecem como consequência dessa existência numa sociedade racista.”
Atualmente, Tenório divide seu tempo entre o ensino, a pesquisa e a literatura. Além dos romances, tem textos adaptados para o teatro e contos traduzidos para o inglês e o espanhol. Apesar da breve carreira, conquistou premiações de grande importância, como: Menção honrosa no 19º Concurso de Contos Paulo Leminski, Universidade Estadual do Oeste do Paraná; 15º Concurso Poemas no ônibus e 3º Concurso Poemas no Trem, da Prefeitura de Porto Alegre, além do prêmio de “Livro do Ano”, por O beijo na parede.
Foi por conta da sua excepcional trajetória, que o consolida como importante autor de sua geração, que Jeferson Tenório foi escolhido como o curador do mês de agosto da TAG Curadoria. Como esperado, Jeferson não decepcionou e indicou um livro de memórias de um autor queniano frequentemente cotado para o Nobel.
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