Matt Haig, autor do best-seller A Biblioteca da Meia-Noite, que já vendeu mais de 9 milhões de cópias, volta à cena editorial com o lançamento global de A Vida Impossível, que chega ao Brasil primeiro para os leitores da TAG Inéditos (clique aqui para assinar).
A Vida Impossível (400 páginas) tem lançamento mundial marcado para o dia 29 de agosto. E, no Brasil, chega com exclusividade apenas aos assinantes da TAG Inéditos, em parceria com o Grupo Editorial Record, que, dois meses depois, libera a edição de mercado, nas livrarias. Com projeto gráfico exclusivo para o clube e assinado pela designer Renata Vidal, a capa da TAG destaca a sofisticação e a beleza das paisagens de Ibiza, na Espanha, cenário paradisíaco onde se desenrola a trama.
Matt Haig é um dos mais aclamados autores contemporâneos. Traduzido para mais de 40 idiomas e com milhões de cópias vendidas pelo mundo. Cada obra nova acaba se tornando motivo de ansiedade para os fãs, que começam a especular meses antes qual tipo de trama mirabolante Haig inventará dessa vez.
Mas, antes de se tornar autor consagrado, Haig passou por períodos sombrios, lutando contra depressão e ansiedade – temas que aborda com naturalidade em seus livros. Usando sua experiência pessoal, em narrativas envolventes, suas obras refletem sobre saúde mental e experiência humana. Em A Vida Impossível, mais uma vez, o autor presenteia os leitores com uma história que desafia os limites do real e do imaginário, convidando a explorar os mistérios da vida como poucos autores conseguem fazer no mundo literário.
“Voltei a Ibiza, no
inverno, e vi os
penhascos de
onde quase pulei.”Grace Winters é uma professora de matemática aposentada que, ao herdar uma casa decadente em Ibiza de um amigo há muito perdido, embarca numa jornada sem mapa e sem planos. A trama se desenvolve nas paisagens deslumbrantes e enigmáticas da ilha mediterrânea, e Haig utiliza elementos de magia e realismo fantástico para criar uma história que é profundamente tocante.
A Vida Impossível não é apenas uma aventura cheia de esperança e novos começos, mas também uma meditação sobre o passado — e a necessidade de se reconciliar com ele para abraçar plenamente o presente. Com este livro, Matt Haig solidifica sua posição como um dos mais importantes escritores de nossa era, continuando a tocar e inspirar leitores em todo o mundo.
Veja aqui a entrevista exclusiva do autor para a revista da TAG, na qual fala sobre sua experiência pessoal com a depressão e a importância das histórias para percorrer com força e confiança os caminhos da vida.
Sua obra frequentemente explora temas de saúde mental e da experiência humana. O que o atrai a explorar esses temas na sua escrita e como você aborda a representação deles de maneira autêntica?
Comecei a escrever romances quando estava me recuperando de um colapso, aos vinte e poucos anos. Talvez por isso eu frequentemente adote a perspectiva de um outsider ou de alguém sofrendo com questões pessoais. Acho que escrevo como uma forma de terapia, mas meu principal objetivo é contar uma história interessante.
Vi no Instagram que você disse que gostaria de ter mais um momento de edição de A biblioteca da meia-noite e fiquei curiosa para saber o que você mudaria se tivesse oportunidade.
Acho que eu só lapidaria um pouco. Acredito que a maioria dos livros, incluindo os meus, são muito longos. Então, provavelmente removeria uma ou duas vidas de Nora.
Muitos dos seus livros, incluindo A Vida Impossível, misturam elementos de fantasia com reflexões profundas sobre a vida e a humanidade. O que o atrai nesse gênero híbrido e como você equilibra o fantástico com o profundamente humano na sua narrativa?
Eu me canso de escrever sobre a realidade. Às vezes tento escrever um livro completamente realista, mas chego ao terceiro ou quarto capítulo e me vejo querendo sair um pouco dos trilhos. Mas não vejo realidade e fantasia como opostos na ficção. Afinal, se é ficção, é tudo fantasia no sentido mais verdadeiro. Além disso, está cada vez mais claro que não habitamos todos a mesma realidade. Todos experienciamos a vida filtrada por nossos preconceitos e imaginações. Também acredito que realismo e verdade são coisas diferentes. Para mim, a coisa mais importante é a verdade emocional. Acredito que isso é o que torna um personagem consistente. Você pode estar escrevendo a mais louca fantasia, mas, se houver uma verdade emocional, ela será tão passível de identificação quanto o realismo. Às vezes, até mais. Afinal, os sonhos são universais, mas a realidade é específica.
De que modo escrever sobre suas experiências pessoais impactou sua jornada em direção à cura, e que conselho você ofereceria para outras pessoas que estejam enfrentando desafios similares?
Quando estamos deprimidos ou com medo, nos sentimos sozinhos. Mais sozinhos do que em qualquer outro momento. Para mim, escrever sempre foi sobre conexão. Eu sei que escrever e ler são vistos como atividades solitárias e privadas, mas na verdade são uma forma profunda de socialização, uma comunicação profunda. Uma forma de o escritor e o leitor se sentirem compreendidos. Quando eu estava muito doente, me sentia incapaz de articular a dor interna, assim como não conseguia enxergar esperança. Talvez isso explique por que eu procuro fazer essas duas coisas. Além disso, as histórias oferecem esperança no sentido básico de serem sobre mudanças. Para que uma história seja uma história, algo precisa mudar. E quando estamos presos na depressão, pensamos que nada vai mudar. Então eu diria às pessoas para terem fé na história de suas próprias vidas. Para perceberem que a parte mais baixa do vale nunca oferece a vista mais nítida.
Estou curiosa sobre como você concebeu a personagem complexa que é Grace e como foi seu processo de pesquisa para ambientar a história em Ibiza.
Eu amo viajar. Sempre amei viajar. A maioria das minhas ideias surge quando não estou na Inglaterra e definitivamente não quando estou olhando para um documento em branco no Word. Eu morava na Espanha, especificamente em Ibiza. Mas isso foi quando eu era jovem e irresponsável. Bebia demais, usava drogas, saía todas as noites, não respeitava o lugar nem o ambiente em que eu estava. Acabei tendo um colapso enquanto estava lá, aos 24 anos. Me tornei suicida. Fui para o hospital. E quando finalmente consegui voar de volta para casa, continuei doente por anos. Melhorei, mas não completamente. Durante a pandemia, finalmente tive o tratamento terapêutico que deveria ter tido anos antes. Um tema de terapia era me expor a coisas das quais sempre fugi. Então voltei a Ibiza, no inverno, e vi os penhascos de onde quase pulei. Visitei muitos lugares onde tinha memórias ruins. Mas os vi com novos olhos. A ilha inteira falava comigo de maneira diferente. E percebi que um lugar nunca é apenas um lugar, mas sim como interagimos com ele. Foi lá que tive a ideia — sobre alguém se encontrando mais tarde na vida, quando sente que o passado a derrotou, mas percebendo que a magia existe e como o mundo pode nos surpreender a qualquer momento.
Na TAG, a leitura é compartilhada e cheia de surpresas para tornar sua experiência ainda mais especial. Faça parte da TAG Inéditos!
ESTANTE DO AUTOR
- O primeiro livro que li: Noddy goes to market, de Enid Blyton.
- O livro que estou lendo atualmente: Butter, de Asako Yuzuki.
- O livro que mudou minha vida: Poemas escolhidos, de Emily Dickinson.
- O livro que eu gostaria de ter escrito: Labyrinths (coletânea de contos), de Jorge Luis Borges.
- O último livro que me fez rir: Same as it ever was, de Claire Lombardo.
- O último livro que me fez chorar: Antes que o café esfrie, de Toshikazu Kawaguchi.
- O livro que dou de presente: As cidades invisíveis, de Italo Calvino.
- O livro que eu não consegui terminar: Ulysses, de James Joyce.
Já animada aqui pra mergulhar em mais uma história certamente envolvente do Matt Haig. O que será que Grace vai nos ensinar? Parabéns Tag pela entrevista, virei fã dele através do clube!
#orgulhodesertag