A Nigéria como cenário em 8 livros de ficção contemporânea
Curiosidades literárias

A Nigéria como cenário em 8 livros de ficção contemporânea

Capa da edição brasileira de "Americanah", livro de Chimamanda Ngozi Adichie Capa da edição brasileira de "Americanah", livro de Chimamanda Ngozi Adichie Share this post

Em julho, na TAG Inéditos, viajamos para o sudoeste da Nigéria, entre o início dos anos 1980 e o final dos anos 2000. Fique comigo, romance de estreia de Ayòbámi Adébáyò, é marcado pela tensão política e pelo cotidiano conturbado do país durante o golpe de Estado de 1983. Veja oito livros de escritores nigerianos que têm a terra natal como cenário:

1 – Americanah (Ed. Cia das Letras, 2014), de Chimamanda Ngozi Adichie

Lagos passava pelos impasses do regime militar em 1990. Tentando fugir e estudar, Ifemelu se muda para os Estados Unidos. Lá, apesar de se destacar na universidade, enfrenta as dificuldades de ser imigrante, mulher e negra. Ifemelu se torna uma blogueira de sucesso, mas a saudade da terra natal e de Obinze, seu amor de adolescência, influenciam-na a retornar. Agora, 15 anos depois, ela precisa encontrar seu lugar em um país muito diferente do qual deixou para trás.

2 – Os pescadores (Ed. Globo, 2016), de Chigozie Obioma

Os quatro irmãos da família Agwu desobedecem o pai e faltam à aula para pescar em um local ermo e perigoso, com fama de amaldiçoado. Eles encontram Abulu, o louco da cidade conhecido por prever desgraças, que acaba profetizando o assassinato do primogênito por um de seus irmãos. Além de corroer Ikenna, o mais velho, a profecia desencadeia eventos de tensão que transformam para sempre a vida da família. A obra de estreia de Chigozie Obioma já teve os direitos vendidos para mais de 20 países.

3 – The secret lives of Baba Segi’s wives (Ed. William Morrow, 2010), de Lola Shoneyin

Bolanle se casa com um rico patriarca, Baba Segi, tornando-se a quarta esposa de uma família poligâmica. Após algum tempo de casados sem conseguir engravidar, no entanto, o marido leva Bolanle ao médico para descobrir a causa da sua infertilidade. The secret lives of Baba Segi’s wives é o romance de estreia de Lola Shoneyin, que retrata as relações de poligamia na Nigéria contemporânea e dá vida a uma casa habitada por 12 pessoas, expondo rivalidades e políticas familiares.

4 – The famished road (Ed. Jonathan Cape, 1991), de Ben Okri

Narrador-protagonista, Azaro é um abiku criança espiritual que existe entre a vida e a morte, conforme a tradição e cultura iorubá da Nigéria. Ele nasce em um mundo de tristeza, tragédia e violência, mas com um sorriso no rosto. Apesar de pertencer ao universo espiritual, Azaro decide ficar com os mortais para senti-los, conhecê-los e amá-los. The famished road é repleto de mitologias iorubás e recebeu o Booker Prize em 1991. Este é o primeiro volume de uma trilogia homônima.

5 – Daughters who walk this path (Ed. Penguin Randon House, 2013), de Yejide Kilanko

Morayo cresceu cercada por familiares e amigas na moderna cidade de Ibadan. A jovem divide a casa com a irmã mais nova, os pais tradicionalistas e várias tias. Quando o primo Bros T passa a viver no local, porém, Morayo é forçada a proteger a si e à irmã de um legado de silêncio e opressão compartilhado por muitas mulheres da família. Apenas a tia Morenike oferece a segurança e compreensão que Morayo precisa enquanto se transforma em uma mulher na vibrante, progressista e muitas vezes violenta Nigéria.

6 – Lagoon (Saga Press, 2016), de Nnedi Okorafor

Um enorme objeto colide com a costa de Lagos enquanto três pessoas caminhavam pela praia: Adaora, uma bióloga marinha, Anthony, um famoso rapper, e Agu, um soldado. Agora, eles precisam embarcar em uma jornada contra o tempo para salvar o país e o mundo de um embaixador alienígena. Narrada em diferentes pontos de vista, a história combina realismo mágico com mitologia nigeriana. Nnedi Okorafor é uma escritora de fantasia e ficção científica mais conhecida pela trilogia Binti (2015).

7 – Cidade aberta (Ed. Cia das Letras, 2012), de Teju Cole

Julius é um médico nigeriano fazendo a residência obrigatória nos Estados Unidos. Com medo de transparecer seu status de “estrangeiro” e tentando esquecer o término de namoro, ele caminha, encantado e sem rumo, pelas ruas de Nova York. Ao longo das caminhadas, Julius conhece pessoas de diferentes culturas, origens e classes sociais, que contribuem para a construção de sua jornada o que o leva a Bruxelas e à Nigéria de sua juventude. Neste livro, Teju Cole faz um retrato recheado de descrições sobre uma cidade de migrantes.

8 – Under the udala trees (Ed. Mariner Books, 2016), de Chinelo Okparanta

A história segue um país assolado em carros blindados e máquinas de bombardeio, um ano após o início do conflito de Biafra (1967 – 1970). Enviada para longe por questões de segurança, Ijeoma conhece outras crianças de etnias e religiões diferentes. Entre as novas amizades, uma menina chama a sua atenção e as duas se apaixonam. Ijeoma aprende que, apesar do país estar se recuperando dos efeitos da guerra, as pessoas ainda sofrem com o tabu e o preconceito.

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2 comments

  • Fique comigo, romance de estreia de Ayòbámi Adébáyò, foi o melhor livro dos Inéditos até agora.
    Esperando ser surpreendido na caixinha de Setembro.

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