Jornalista com passagens pelos principais veículos de comunicação do Brasil desde os anos 60, Ruy Castro, cuja obra também é composta por romances e crônicas, consagrou-se no universo literário como biógrafo. Nas últimas três décadas, publicou três livros sobre grandes personalidades: O Anjo Pornográfico: a vida de Nelson Rodrigues (1992), Estrela Solitária – um brasileiro chamado Garrincha (1995) e Carmen – uma biografia (2005). Seu destaque no gênero lhe rendeu a alcunha de “anjo biográfico”, criada pelo Jornal do Brasil.
Ruy Castro aprendeu a ler aos 4 anos, sentado no colo de sua mãe, que lia Nelson Rodrigues, e aventurando-se nas reportagens do Correio da Manhã, jornal assinado pelo pai. Dois anos de dedicação integral a pesquisas, entrevistas com 125 pessoas e verificação com diferentes e contraditórias fontes culminaram na publicação de O anjo pornográfico: a vida de Nelson Rodrigues, biografia do brilhante escritor. Assim como a produção literária do biografado, a obra repercutiu de forma controversa e desagradou aos familiares de Rodrigues.
A vida de Nelson Rodrigues foi, de fato, tão espantosa e polêmica quanto as histórias que escrevia. Nascido no Recife, em 1912, ele mudou-se aos 5 anos para o Rio de Janeiro, lugar que serviu como fonte de inspiração para a construção de histórias trágicas e personagens memoráveis. Em 1929, um terrível acontecimento marcaria Nelson para sempre: o assassinato de seu irmão em plena redação do jornal Crítica, fundado por seu pai, Mário Rodrigues. A obra do pernambucano despertou variadas reações em sua época – admiração, repugnância, ódio -, mas jamais indiferença. Seria ele gênio ou louco? Tarado ou santo? Reacionário ou revolucionário? Em O anjo pornográfico: a vida de Nelson Rodrigues, Ruy Castro debate essas e outras questões.
Da mesma forma que a biografia de Nelson Rodrigues, a publicação de Estrela solitária – um brasileiro chamado Garrincha (prêmio Jabuti em 1996) rendeu polêmicas: as filhas do ídolo do Botafogo entraram com um processo contra Ruy Castro por suposto conteúdo ofensivo à memória do jogador. O livro chegou a ser proibido em 1996, liberado no ano seguinte, mas arrastou um processo judicial até 2007, quando as filhas foram finalmente indenizadas.
Ao escrever, Ruy Castro é exemplar ao afirmar transformar sua rotina e não perder a motivação mesmo diante dos piores obstáculos – como quando pesquisou sobre a cantora luso-brasileira Carmen Miranda durante cinco anos em período integral e, posteriormente, escreveu Carmen – uma biografia (2005) enquanto fazia tratamento para um câncer na língua. Embora relativamente tardias quando comparadas ao ofício jornalístico, suas incursões literárias definitivamente ratificaram sua vocação.
Mais um formador de ”literatura” sem a menor expressão que é guindado a heroi nacional. Quanto ao comentário de sua ”obra” só resta citar Oswald de Andrade – ” Não li e não gostei ”
Qual o nome e sobrenome completos do Pai e da Mãe de Ruy Barboza De Castro Filho, Acadêmico da ABL ( Cadeira 13 ), nascido em Caratinga-MG?