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Quem é Virginie Grimaldi

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A vida é sempre, em alguma medida, a substância das criações literárias. Isso explica nossa curiosidade em saber mais sobre quem escreve os livros que nos cativam: o que, naquela experiência humana, foi desaguar nos universos ficcionais que aquela pessoa criou? A francesa Virginie Grimaldi é dona de uma escrita original, divertida e profunda que já cativou muita gente ao redor do mundo.

Por aqui, ela é conhecida como a autora do livro mais amado da TAG Inéditos. O que resta de nós, enviado na caixinha de junho do ano passado, teve a maior nota da história do clube. Para fechar 2024 naquele clima nostálgico e afirmativo de final de ano, a escritora mais lida da França volta ao clube como autora de dezembro. Vem ler mais sobre ela!

Assine a TAG Inéditos até o dia 02 de dezembro e receba o novo livro de Virginie Grimaldi!

Vida e Obra

Virginie Grimaldi nasceu em Bordeaux em 1977, é autora de 12 livros, teve obras traduzidas para dezenas de idiomas e alguns milhões de exemplares vendidos. O caminho que culminou nesse merecido reconhecimento teve início na infância. Depois de se encantar por um caderno de poesias da avó, a francesa criou seus primeiros textos aos oito anos. Na vida adulta, porém, sua atuação profissional tomou outros rumos. Até quinze anos atrás, ela trabalhava como assistente comercial. Foi em 2009 que começou a publicar seus escritos em um blog sob o pseudônimo de Ginie. Aos poucos, conquistou a popularidade necessária para conseguir publicar seu primeiro livro em 2016, Le premier jour du reste de ma vie.

Em 2020, a escritora francesa de Bordeaux tornou-se a mulher mais lida de seu país. Em 2022, seu livro Tempo de reacender estrelas foi escolhido como o favorito dos franceses. Na equação desse sucesso estrondoso estão um estilo original, personagens verdadeiros e doses exatas de humor e densidade emocional. E, é claro, um tema inescapável ao ser humano — os laços familiares, sejam aqueles de origem ou os que assumem esse lugar com o passar dos anos. Em entrevista ao canal francês Télé 7, a autora contou que a recorrência da temática familiar em sua obra reflete a relação próxima que ela tem com a própria família.

“Todo esse pequeno mundo que fervilha ao meu redor me inspira muito. Eu tive a sorte de nascer e crescer em uma família que é um clã. Nós somos muito unidos, moramos todos na mesma região. Eu sempre falo de assuntos que me inquietam e esse tema, os laços familiares, é inesgotável e inquietante.”

O livro de dezembro da TAG Inéditos

O livro escolhido para a caixinha deste mês da TAG Inéditos é uma história sobre o amor entre irmãs, com todas as camadas que ele pode agregar. Sob pontos de vista alternados, o que se revela ao leitor é o olhar das protagonistas para a experiência de crescer juntas. Compartilhar a rotina, os pais, os filmes, as férias, as frustrações pessoais, paixões, traumas, perdas e ganhos. Nesse fluxo pelo tempo de uma vida, o romance é capaz de fisgar leitores de diferentes gerações.

Em entrevista ao portal La Presse, Grimaldi se disse fascinada pelo vínculo fraternal — que, bem ou mal, ajuda a definir quem somos. “A relação entre irmãos e irmãs é algo tão particular, que a gente não escolhe e que pode nos deixar infelizes, assim como pode nos fazer felizes, mas que nos posiciona para a vida”, afirmou.

Os livros de Grimaldi são frequentemente classificados no grande guarda-chuva da literatura “feel good” por oferecerem narrativas leves e envolventes aos leitores. Mas a escritora se destaca pela habilidade em construir tramas afirmativas sem silenciar ou simplificar discussões sobre as sombras que fazem parte da vida de qualquer pessoa. Seu novo livro traz questões importantes sobre o impacto dos transtornos mentais nas relações humanas, experiências de violência e trauma.

Ainda assim, a obra propõe uma reflexão delicada sobre buscar o bom da vida nos dias comuns. Há passagens arrebatadoras, acontecimentos surpreendentes, mas o andamento da história tem uma atmosfera um tanto cotidiana. A sensação do leitor, entre risos e lágrimas, é de convivência íntima com as personagens, no que há de mais banal ou grandioso, acolhedor ou incômodo no dia a dia e nas memórias de cada uma.

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