Você tem vontade de ler mais poesia? Confira as 11 indicações imperdíveis que separamos:
Um útero é do tamanho de um punho, de Angélica Freitas
Lançado em 2012, o livro se tornou um clássico contemporâneo ao refletir, com humor e perspicácia, sobre questões de gênero. Depois de Rilke Shake, o segundo livro de Angélica Freitas reúne poemas escritos a partir de um tema central: a mulher. Uma das vozes mais destacadas da geração, Angélica Freitas subverte as imagens absolutamente gastas do que se espera do gênero feminino, anunciadas em capas de revistas e em vitrines de lojas de departamentos, e joga luz – com inteligência, sagacidade e senso de humor aguçado – sobre o nosso tempo.
Coletânea Rua Aribau
Rua Aribau é a coletânea de poemas desenvolvida com muito carinho. A escritora Alice Sant’Anna organizou esta coletânea de poemas em parceria com a TAG. Nestas páginas, você encontrará quinze poemas e ilustrações que se complementam. Para compor a obra, convidamos escritoras, jornalistas, artistas, designers e ilustradoras. Diferentes vozes contemporâneas de mulheres que representam experiências coletivas de leitoras e leitores espalhados pelo Brasil.
Pé do ouvido, de Alice Sant’Anna
Um longo poema com versos repletos de lirismo, de uma das grandes revelações da poesia contemporânea brasileira. Pé do ouvido se inventa como um poema de formação, gênero que, como se sabe, não existe. Nos romances assim designados, uma personagem jovem parte em viagem e, a cada experiência vivida, forja, por acumulação, sua personalidade e visão de mundo. A narradora de Alice Sant’Anna certamente é jovem, mas já rodou muitas estradas. Entre uma Brook Street qualquer e o Morro Dois Irmãos, o que ela aprende é a perder – certezas, casas ou amores -, aluna aplicada na dura disciplina ensinada por Elizabeth Bishop.
Outros jeitos de usar a boca, de Rupi Kaur
Outros jeitos de usar a boca é um livro de poemas sobre a sobrevivência. Sobre a experiência de violência, o abuso, o amor, a perda e a feminilidade. O volume é dividido em quatro partes, e cada uma delas serve a um propósito diferente. Lida com um tipo diferente de dor. Cura uma mágoa diferente. Outros jeitos de usar a boca transporta o leitor por uma jornada pelos momentos mais amargos da vida e encontra uma maneira de tirar delicadeza deles. Publicado inicialmente de forma independente por Rupi Kaur, poeta, artista plástica e performer canadense nascida na Índia e que também assina as ilustrações presentes neste volume , o livro se tornou o maior fenômeno do gênero nos últimos anos nos Estados Unidos, com mais de 1 milhão de exemplares vendidos.
Tudo nela brilha e queima, de Ryane Leão
Livro de estreia de Ryane Leão, mulher negra, poeta e professora, criadora do projeto onde jazz meu coração, com mais de 150 mil seguidores nas redes. “A poesia é minha chance de ser eu mesma diante de um mundo que tanto me silencia. é minha vez de ser crua. minha arma de combate. nossa voz ecoada. nossa dor transformada. nela eu falo sobre amor, desapego, rotina, as cidades que nos atravessam, os socos no estômago que a vida dá, o coração desenfreado, a pulsação que guia as estradas, os recomeços, os dias, as noites, as madrugadas, os fins, os jeitos que a gente dá, as transições, os discos, os tropeços, as partidas, as contrapartidas, os pés firmes que insistem em voar, e tudo isso que é maluco e lindo e nos faz ser quem somos.” – Ryane Leão
Querem nos calar, de Mel Duarte (org.)
A antologia Querem nos calar: poemas para serem lidos em voz alta reúne poesias de 15 mulheres slammers de todas as regiões do Brasil. Os chamados poetry slams chegaram ao Brasil pelas mãos de Roberta Estrela D’Alva, em 2008, e são batalhas de poesia falada com temática livre que tem como destaque temas como racismo, machismo e desigualdade social. Com prefácio de Conceição Evaristo, o livro conta também com ilustrações de Lela Brandão e é organizado pela escritora Mel Duarte, autora de uma das performances de maior destaque da Flip 2016 e integrante do Slam das Minas – SP.
O que o sol faz com as flores, de Rupi Kaur
A criança em ruínas, de José Luís Peixoto
José Luís Peixoto retoma o seu principal tema – o luto – com a mesma sensibilidade e grandeza na construção imagética. Transitando desde a melancolia à beleza do nascimento, do saudosismo ao cansaço, aqui encontramos “o último esconderijo da pureza”: seus versos. Esse é o primeiro livro de poesia deste premiadíssimo escritor português a ganhar uma edição no Brasil.
Receita de Ano-Novo, de Carlos Drummond de Andrade
Natal, Ano-Novo, tempo de balanço pessoal, de renovação. Sentimentos um tanto ambíguos se alternam, quando a eletricidade pelo encerramento de mais um ciclo vem acompanhada de inefável melancolia. Esse é o espírito evocado pelos poemas de Carlos Drummond de Andrade, selecionados por Luis Mauricio Graña Drummond e Pedro Augusto Graña Drummond, neste Receita de Ano-Novo. As festas de final de ano através do olhar – lírico, irônico e intensamente humano – de um dos nossos maiores poetas.
O invisível aos olhos, de João Doederlein
Um clássico é aquela história que se pode ler e reler infinitas vezes, em qualquer época e lugar, e se emocionar toda vez. É aquela história que sempre permitirá múltiplas interpretações, que sempre tocará quem a lê, e sempre de um modo diferente. É o caso de O pequeno príncipe, que aqui, em trechos selecionados e interpretados por João Doederlein, é um livro sobre amor e sobre tudo o que envolve esse sentimento tão difícil e, ao mesmo tempo, tão essencial. Nesses comentários poéticos, João, também conhecido como @akapoeta, nos sensibiliza com sua própria releitura do clássico de Antoine de Saint-Exupéry e nos apresenta uma nova versão de passagens que continuam a encantar corações dispostos a amar.
Poemas, de Adonis
Adonis não foi só o principal renovador da poesia árabe, realizando uma revolução poética que, no Ocidente, exigiu o trabalho de inúmeros autores de diversas procedências. É, ainda hoje, uma das vozes fundamentais dessa cultura, na qual se destaca pela constante insubmissão à dominante religiosa. Na poesia de Adonis, mais do que a polifonia das várias vozes, encontramos o politeísmo das múltiplas verdades. Contra a certeza de um Deus, a verdade plural das musas. Não por acaso, adotou o nome de um deus pagão para assinar seus poemas – em que a presença da cultura prê-islâmica e pan-mediterrânea é fortíssima. Não se trata somente de um posicionamento poético, mas, sobretudo, político. Daí que Adonis, embora entusiasta das manifestações conhecidas como Primavera Árabe, mantém-se crítico em relação aos desdobramentos, especialmente quando a demanda por liberdade é capturada por fundamentalistas islâmicos e pelas antigas nações coloniais. Também dissente das soluções armadas (seu pacificismo radical fica claro nos poemas sobre Beirute e Nova York, recolhidos nesta antologia). E repugna-o a hipocrisia do Ocidente: “Se os ocidentais querem defender os direitos humanos dos árabes, eles devem começar defendendo os direitos dos palestinos”, observou numa entrevista.
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Faltou a coletânea “Pela luz dos olhos teus” do Vinicius de Moraes. 😉
Ótima programação para os amantes da poesia.
Esta perna forte da literatura, que ao longo da história, vem ajudando no avançar firme dos passos civilizatórios da humanidade.