O amor paternal serviu diversas vezes de inspiração para a literatura. Selecionamos algumas que retratam a relação entre pais e filhos:
Carta ao pai (1966), de Franz Kafka
Em 1919, Franz Kafka, insatisfeito com a fria recepção paterna diante do anúncio de seu noivado, escreveu ao pai, o comerciante Hermann Kafka, uma longa e pungente carta, que nunca foi enviada ao destinatário. Nela, o filho expõe a nu toda a sua mágoa em relação ao pai autoritário, que ele chama, alternadamente, de tirano, regente, rei e Deus. Publicada postumamente, a carta transformou-se em documento perene na literatura universal.
Patrimônio (1991), Philip Roth
Patrimônio retrata os sentimentos de um filho com seu pai à beira da morte – mas não um filho qualquer. O autor, considerado um dos melhores escritores vivos, é tido como recluso e rabugento por muitos críticos, mas nessa obra abre seu coração em relatos íntimos, com uma narrativa simples e envolvente.
A estrada (2006), de Cormac McCarthy
Um ano após ter sido lançado, A Estrada foi condecorado com o Prêmio Pulitzer na categoria ficção. A escrita de McCarthy é escassa, objetiva, reduzida ao essencial. Em um futuro não muito distante, o planeta encontra-se totalmente devastado. Alguns poucos sobreviventes lutam por sua vida contra o frio e a fome. Entre eles, um homem e seu filho, que buscam a salvação sem saber o que encontrarão ao longo da estrada.
O filho eterno (2007), de Cristovão Tezza
O romance de caráter autobiográfico expõe, através de um foco narrativo próximo ao pai, os obstáculos de se criar um filho com síndrome de Down. O livro, considerado pelo jornal O Globo como uma das dez melhores obras de ficção dessa década, foi traduzido para francês, inglês, espanhol, polonês e italiano, além de ter sido adaptado para o teatro e para o cinema.