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De vítimas a protagonistas: thrillers com mulheres no centro do enredo

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Já conversamos algumas vezes, aqui no blog da TAG, sobre como as mulheres vêm ocupando o mercado editorial de thrillers e livros de suspense. Com grandes best-sellers escritos por diferentes escritoras, além de serem as autoras dessas histórias, as mulheres estão se colocando – ou melhor, se escrevendo – também enquanto protagonistas.

Nada mais de papéis de vítimas, acuadas, frágeis ou simplistas. Agora, a literatura de suspense é também ocupada por personagens femininas complexas, corajosas e, sobretudo, protagonistas dos enredos e das suas próprias histórias.

Abaixo, segue uma lista dos três grandes sucessos precursores desse movimento literário que já foram adaptados para as telas do cinema e um pouco sobre como as histórias deles se relacionam. 

 

Garota Exemplar, de Gillian Fynn

Adaptação do romance de Gillian Fynn, Garota Exemplar (2014, direção de David Fincher) é considerado um dos percursos da recente popularização de filmes de suspense com protagonistas femininas. No dia do aniversário de cinco anos de seu casamento com Nick (Ben Affleck), Amy Dunne (Rosamund Pike) desaparece. Nick comunica o desaparecimento à polícia, mas logo se torna o principal suspeito. Esta suspeita é reforçada pela narração de Amy, que lê trechos do seu diário: são revelados, então, os detalhes de um relacionamento que desanda após crises financeiras e conjugais. Nick é descrito como violento e controlador e tem uma amante bem mais jovem, que anuncia em uma entrevista coletiva que está grávida. Em Garota Exemplar, contudo, a reviravolta da trama é distinta da dos outros dois próximos filmes: no momento em que a culpa de Nick parece definida, a narração de Amy é acompanhada de suas imagens após forjar o próprio desaparecimento. Sentindo-se infeliz e traída em um casamento fracassado, ela decide se vingar do marido.

 

A Mulher na Janela, de A. J. Finn

Trancada em um sobrado de vários andares em Nova Iorque, a psicóloga Anna Fox (Amy Adams) passa os dias sozinha observando os vizinhos pela janela da sala de estar. Anna sofre de agorafobia, e suas únicas companhias ocasionais são seu psiquiatra, o inquilino que mora no porão e o adolescente e sua mãe que se mudaram para a casa em frente. É essa mulher, Jane Russell (Julianne Moore), que a doente e alcoólatra Anna vê ser assassinada uma noite. Mas teria ela mesmo visto ou apenas imaginado?

A pergunta é respondida no best-seller de A. J. Finn, recentemente adaptado para filme, A Mulher na Janela (2021), lançado na Netflix.

 

 A Garota no Trem, de Paula Hawkins

Lançada em 2016, temos outra adaptação de um sucesso literário que apresenta uma protagonista que observa a vida alheia pela janela e se vê compelida a resolver um crime misterioso. Em A Garota no Trem, dirigido por Tate Taylor e baseado no romance de Paula Hawkins, Rachel (Emily Blunt) passa todos os dias em frente à casa onde já morou e na qual o ex-marido, Tom (Justin Theroux), vive com a nova esposa, Anna (Rebecca Ferguson), e a filha bebê do casal. Pela janela do trem, Rachel também vê a casa dos vizinhos de Tom e Anna, Meghan (Haley Bennett) e Scott (Luke Evans), que fantasia como um casal perfeito. Assim como Anna Fox, Rachel é construída como a inconfiável condutora do olhar do público: além de ser alcoólatra e de assediar constantemente a nova família do ex-marido, ela sofre de constantes apagões de memória. Chocada pelo que vê certo dia pela janela do trem – Meghan beijando outro homem –, Rachel logo se vê em meio a uma história turbulenta: Meghan é encontrada morta pouco tempo depois. Em seu movimento detetivesco, Rachel chega à verdade tanto sobre a morte de Meghan quanto sobre ela mesma, desvendando o que havia feito antes de sofrer os apagões de memória.

Um dos lançamentos mais aguardados de 2021 é o novo thriller de Paula Hawkins, autora de A Garota no Trem. Ele será enviado com exclusividade às pessoas associadas à TAG Inéditos no mês de setembro.

 

Londres, um barco, um corpo esfaqueado: três mulheres são as principais envolvidas. Essa é a premissa da nova obra de Hawkins, que promete ser um daqueles livros que não conseguimos parar de ler. Se você quer adquirir seu exemplar em primeira mão, vem aqui e assine agora a TAG Inéditos!

Ao trazer as mulheres para uma posição de protagonismo das tramas e condutoras dos olhares do público, os três livros e filmes as retiram de uma posição passiva de vítimas de violência: Anna e Rachel testemunham e desvendam crimes cometidos por homens; Amy é a própria autora de um crime e do seu desaparecimento. Todas elas não deixam de sofrer circunstâncias que parecem estar diretamente relacionadas ao fato de serem mulheres como forma de justificar seus atos e sofrimentos, mas não de construí-las como personagens frágeis e indefesas.

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