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Curiosidades literárias

Quem é John Grisham, o escritor rei dos tribunais

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Nas últimas três décadas, John Grisham manteve a notável média de produção de um livro por ano, sem comprometer em nada sua engenhosidade e sua qualidade literária. Embora a mesma temática permeie toda a sua obra, ele jamais se repete nos enredos. Já vendeu mais de 300 milhões de exemplares e se tornou um fenômeno de leitura não apenas nos Estados Unidos, onde nasceu, mas no mundo todo, tendo sido traduzido para mais de 40 idiomas.

Antes de construir essa sólida carreira como escritor de thrillers jurídicos, John Grisham atuava como advogado em Southaven, no Mississipi. Foi só a partir dessa experiência profissional que começou a elaborar suas histórias. Seus livros são repletos de tramas e personagens situados nesse universo dos tribunais. “Duvido seriamente que alguma vez teria escrito a primeira história se não fosse advogado. Eu nunca sonhei em ser escritor. Escrevi apenas depois de testemunhar um julgamento”, conta.

Como se dedicava de 60 a 70 horas por semana ao escritório de advocacia, sobrava-lhe pouco tempo para escrever – algo que ainda era um hobby nessa época. Grisham, então, passou a acordar às cinco da manhã todos os dias para dedicar as primeiras horas do dia, antes do trabalho formal, à escrita. Aproveitava também os recessos dos tribunais para escrever. Assim concluiu o seu primeiro romance, Tempo de matar. Grisham começou a pensar na história depois de ouvir o testemunho angustiante de uma vítima de estupro de 12 anos. Ele escreveu o livro imaginando o que teria acontecido se o pai da menina tivesse assassinado os agressores da filha. Inicialmente rejeitado por muitas editoras, Tempo de matar foi comprado pela Wynwood Press e publicado em 1989 com uma tiragem de 5 mil exemplares, muitos dos quais acabaram empilhados no escritório do autor.

Filho de um trabalhador da construção civil e de uma dona de casa, John Ray Grisham Jr. nasceu em 8 de fevereiro de 1955 em Jonesboro, Arkansas. Ainda criança, sonhava em ser jogador de beisebol, mas, à medida que o tempo passou, percebeu que não levava jeito para profissional do esporte. Formou-se, então, em Contabilidade pela Universidade do Mississippi e, depois, em 1981, completou o curso de Direito da mesma instituição, especializando-se em defesa criminal e litígio por danos pessoais. Em 1983, decidiu entrar na vida política e foi eleito para a Câmara dos Deputados do Mississippi, onde trabalhou até 1990. Assim que terminou o primeiro romance, Grisham logo mergulhou na escrita do seu segundo livro, A firma, o que acabaria por transformar o hobby em uma nova carreira em tempo integral. Quando vendeu os direitos para a adaptação cinematográfica de A firma para a Paramount Pictures por US$ 600 mil, Grisham de repente se tornou disputado entre as editoras, e os direitos de seus livros foram comprados pela Doubleday. A firma passou 47 semanas na lista de best-sellers do New York Times e foi o romance mais vendido de 1991.

Em seguida vieram O dossiê pelicano (1992), que alcançou o número um da lista do Times, e O cliente (1993), que já estreou em primeiro lugar. Essas marcas renovaram o interesse por Tempo de matar, republicado em capa dura pela Doubleday e, depois, em brochura pela Dell. Desta vez, o escritório do autor ficou livre de exemplares encalhados.

Em 1996, Grisham ficou alguns meses sem escrever para, depois de um hiato de cinco anos, voltar a atuar nos tribunais. Representando a família de um trabalhador ferroviário morto em acidente de trabalho, convenceu o júri em favor de seus clientes, que receberam o valor de US$ 683.500, o maior acordo feito em sua carreira.

Nove de seus romances foram adaptados para o cinema. Em muitas das adaptações ele figura como roteirista ou produtor. O homem inocente (2006) marcou sua primeira incursão na não ficção e Caminhos da lei (2009) foi sua primeira coletânea de contos.

A exemplo de Cullen Post, personagem de seu romance Cartada final (2019), Grisham também é evangélico e, inclusive, já esteve no Brasil entre missionários batistas que ajudaram igrejas no Pantanal.

Texto: Thiago Souza

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